Como iniciar 2022 prevenindo as principais doenças infecciosas no Brasil?

doenças infecciosas

Um novo ano se inicia, mas velhas preocupações ainda atormentam a sociedade. Chegamos em 2022 enfrentando surtos de gripe, aumento do número de casos de covid com disseminação da variante ômicron, e não podemos esquecer que no verão precisamos dar atenção ao trio dengue/zika/chikungunya. No entanto, apesar de parecer muito para lidar nos primeiros meses do ano, os cuidados necessários já são conhecidos da população e basta colocarmos em prática para observar melhorias nos dados dessas doenças infecciosas.

Estamos acompanhando uma grande procura por testes de gripe e covid após as festas de final de ano, o que já era esperado pelos especialistas. Nesse período, muitas pessoas se deslocaram e se encontraram com seus amigos e familiares, o que aumentou a exposição às viroses respiratórias. Consequentemente, é esperado observar um aumento de casos suspeitos, tanto de gripe como de covid, nos dias subsequentes, exatamente como estamos vendo agora.

Se por um lado algumas cidades já começam a perceber uma redução e maior controle no surto de gripe, especialmente devido à campanha de vacinação promovida nos últimos meses de 2021, o avanço da variante ômicron do Coronavírus parece estar finalmente ganhando força aqui no Brasil, depois da sua rápida disseminação nos países da Europa e nos Estados Unidos. Essa variante se mostra altamente infecciosa e capaz de elevar rapidamente o número de casos de covid. Entretanto, a boa notícia é que os casos de hospitalizações e mortes não aumentaram por conta da ômicron, o que pode estar relacionado às características da própria variante (menos agressiva aos pulmões, gerando casos mais leves), mas também à cobertura vacinal da população, que aumentou gradativamente ao longo de 2021 e ajudou a controlar a lotação do sistema de saúde e as mortes provocadas pela covid.

Mas como iniciar 2022 se protegendo dessas viroses respiratórias, como a gripe e a covid? A boa notícia, mais uma vez, é que as mesmas medidas de prevenção funcionam para as duas doenças. Tanto para a gripe como para covid, a vacinação está disponível e é a melhor forma de garantirmos proteção especialmente contra os casos mais graves da doença. Muitas pessoas perguntam o motivo de terem contraído estas doenças mesmo depois de serem vacinadas, mas é equivocado pensar que as vacinas não funcionam. A verdade é que essas vacinas têm como objetivo evitar que as pessoas desenvolvam casos graves de gripe e covid, evitando a necessidade de hospitalização. Dessa forma, mesmo vacinado, é possível desenvolver quadros mais leves, o que dá maior segurança mesmo após se expor aos vírus.

Além da vacinação, o uso de máscaras é crucial, especialmente em ambientes fechados e com maior concentração de pessoas. Essa ferramenta é de grande utilidade, pois além de ter alta eficácia na prevenção de doenças respiratórias, ainda permite que a vida possa ser levada de forma mais próxima da normalidade. Ou seja, caso não seja viável trabalhar de forma remota, para evitar o contato próximo com outras pessoas, é possível trabalhar de forma presencial utilizando a máscara de forma correta e, ainda assim, mantendo níveis baixos de risco de contaminação. Outras medidas ainda incluem a lavagem frequente das mãos e a sanitização de superfícies em que haja maior contato pelas pessoas, como maçanetas, puxadores, torneiras, etc.

mascara e vacina_
imagem para doenças infecciosas covid

E quanto ao trio dengue/zika/chikungunya, o que fazer? Essas doenças não são transmitidas pelo ar, mas sim através da picada do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Assim, as medidas de prevenção que discutimos acima para gripe e covid não funcionam para essas doenças. Nesse contexto, o controle do vetor é a principal forma de prevenção da transmissão. O período mais quente, que no Brasil compreende os primeiros meses do ano, geralmente é caracterizado por chuvas intensas que provocam alagamentos, enchentes e muitas dores de cabeça especialmente nas grandes cidades. As altas temperaturas aliadas ao acúmulo de água parada em diversos pontos contribuem para a maior proliferação de insetos, como Aedes aegypti. Com a maior população de mosquitos nas cidades, maior é o risco da circulação de vírus como os da dengue/zika/chikungunya. Por isso, nessa época de verão é crucial estar atento aos focos de proliferação desses insetos. Para isso, é necessária a atuação dos agentes de vigilância sanitária, mas também da própria população e de todos os envolvidos em saúde pública, com o intuito de identificar e prevenir focos de água parada na cidade. Essa é a melhor forma de prevenção dessas doenças.

Vale ressaltar que ainda não temos vacina para dengue/zika/chikungunya e a sua transmissão só ocorre na presença do mosquito vetor. Em um momento em que muito se fala sobre as viroses respiratórias, é comum termos a impressão de que não vemos casos de outras doenças, porém, o trio dengue/zika/chikungunya sempre será uma ameaça no nosso país e precisamos estar vigilantes para esses casos. Além disso, muitos sintomas são comuns a todas essas doenças e podem ser facilmente confundidos, o que torna necessário estar alerta para diferenciar a infecção.

image 1 - Pragas e Eventos
Imagem Divulgação

Assim, cada doença apresenta suas medidas de prevenção mais adequadas, porém, nenhuma delas é difícil ou trabalhosa. Todos nós sabemos lidar com o que precisa ser feito, basta estarmos atentos e colocarmos essas práticas como prioridades no nosso dia a dia. Por fim, devemos sempre ter em mente que as medidas de prevenção são práticas coletivas, que todos nós devemos fazer para que toda a população possa usufruir dos seus benefícios.

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