Controle de escorpiões realizado em Nova Odessa custa R$ 180 por dia

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Considerado como rotina para a população e a Prefeitura de Nova Odessa, a desbaratização – que consiste na aplicação de inseticidas nas redes de esgoto do município, a fim de controlar a população de baratas, escorpião e ratos – custa cerca de R$ 180 por dia para a administração. O trabalho é feito periodicamente há mais de 10 anos na cidade, que tem um terço dos acidentes de Americana.

 

De acordo com informações do Setor de Zoonoses de Nova Odessa, o fato do controle ser feito a cada seis meses faz com que o volume de baratas nas redes de esgoto e galerias seja pequeno. Isso também reduz a população de escorpiões e o número de acidentes, já que as baratas são seu principal alimento.

Encarregada pela Vigilância de Zoonoses, a veterinária Paula Faciulli explica que o serviço não causa nenhum tipo de mal aos cidadãos. “Só faz mal se a pessoa ficar ali perto inalando, mas na rede de esgoto não faz mal. A gente só pede para as pessoas fecharem os ralos com pano úmido e colocarem alguma barreira na soleira das portas para que as baratas não fujam para as casas”, explicou.

 

Ação é realizada em toda a área urbana por 3 profissionais Leon Botão O Liberal - Pragas e Eventos
Foto: Leon Botão – O Liberal

 

O LIBERAL acompanhou nesta semana o trabalho da empresa contratada pela prefeitura. Em trio, funcionários percorrem todas as tampas de bueiros, abrem, aplicam o veneno com um termonebulizador, fecham e seguem para o próximo.

O trabalho é realizado em toda a área urbana de Nova Odessa. Cada etapa demora dois meses para ser concluída, é feita antes do período de chuvas e atinge 2 mil PVs (poços de visita). O valor empregado no trabalho é de R$ 65,8 mil (duas etapas anuais e 4 mil PVs no total).

A desbaratização acontece primeiro e a desratização só é iniciada quando o trabalho inicial é concluído. Isso ocorre para evitar que a isca que é colocada para o rato seja “contaminada” pelo veneno usado contra as baratas, deixando, dessa forma, de ser atrativo para o rato. Quando a desratização é iniciada (cerca de um mês após a desbaratização), não há mais vestígio do veneno para as baratas no PV.

Ministério abre pesquisa

Diante da crescente polêmica em relação ao controle químico de escorpiões, o Ministério da Saúde encaminhou nota reforçando que ainda não recomenda a prática, mas que está em andamento uma pesquisa sobre o trabalho.

Repetindo o que diz em seu manual de 2009, o ministério escreveu ao LIBERAL que “não recomenda a utilização de produtos químicos para o controle de escorpiões, pois estes produtos além de não possuírem, até o momento, eficácia comprovada para este fim, podem causar o desalojamento dos escorpiões, aumentando a chance de ocorrência de acidentes”.

O texto informou ainda que está em andamento uma pesquisa financiada pelo ministério para avaliação da eficácia da utilização de produtos químicos no controle de escorpiões no meio urbano.

FAKE Apenas Unicamp possui Soro Antiescorpiônico

Mensagem que circula por redes sociais afirma que o soro antiescorpiônico está disponível apenas na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O operador de produção Fernando Gonçalves recebeu em seu celular, por meio do WhatsApp, uma mensagem dizendo que o soro não estava disponível em Sumaré, Nova Odessa e Americana. O autor do texto afirmava ter participado de uma reunião com pessoas ligadas ao tema e que estas teriam dado essa informação. “Não gosto de ficar passando notícia sem saber se é verdade ou não, porque a mentira pode até custar a vida de uma pessoa”, comentou. A Secretaria de Saúde do Estado confirmou que o conteúdo é falso e garantiu que na região de Campinas o soro antiescorpiônico está disponível nas seguintes unidades: Hospital Municipal de Americana; Santa Casa de Atibaia; Hospital Universitário São Francisco, em Bragança Paulista; Santa Casa de Itatiba; Hospital São Vicente de Paulo, em Jundiaí; e Unicamp e Santa Casa de Socorro, ambos em Campinas.

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