Dedetizadoras e Protocolo de Tratamento do Novo Coronavírus COVID-19 (2019-nCoV)

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Fusion Medical Animation
Foto: Fusion Medical Animation/Reprodução

Protocolo de tratamento para o controle de vetores e pragas em residências durante a pandemia do novo coronavírus

Introdução

Este documento visa orientar as empresas especializadas, com registro no INEA e VISA no Estado do Rio de Janeiro, recomendações ao contexto específico desta emergência atual, com base nas informações disponibilizadas pelas OMS.

Objetivos

A: geral – Orientar as empresas para atuação nos clientes no controle de vetores e pragas com segurança para os clientes e nossos colaboradores. Precisamos ter ciência que nossos técnicos entendem que estamos “invadindo” a residência e privacidade alheia, portanto mais do que nunca, perante a pandemia do coronavírus e a real necessidade da continuidade do nosso trabalho, visto que ao controlarmos infestações de vetores, estamos agindo de forma pró-ativa no combate de novas doenças, como todas que as baratas transmitem:

  • Hepatite A
  • Febre tifoide
  • Diarreia
  • Doenças gastrointestinais
  • Doenças respiratórias
  • Salmoneloses

Portanto nobres colegas, a ABCVP vem através deste documento orientar o POP(Procedimento Operacional Padrão) do serviço do controle de pragas e vetoresdurante a pandemia do coronavírus.

B: específico – Não difundir, contrair, sucumbir o coronavírus dentro da atividade do controle de vetores e pragas em seus clientes.

Transmissão local

Definimos como transmissão local, a confirmação de transmissão do 2019-nCoV entre pessoas com vínculo epidemiológico comprovado. Os casos que ocorrerem entre familiares próximos ou profissionais de saúde de forma limitada não serão considerados transmissão local. Até o momento, a única área com transmissão local é a China. As áreas com transmissão local serão atualizadas e disponibilizadas no site do Ministério da Saúde, no link: saúde.gov.br/listacorona.

POP de residências

  1. Tenha sempre na viatura um frasco de álcool gel para utilizar a todo momento
  2. Não cumprimente os clientes oferecendo a mão para um aperto
  3. Antes de adentrar a residência coloque o propé, touca, macacão descartável, máscara contra vírus (N95), luvas descartáveis e óculos de proteção
  4. Realize o serviço, recolha a assinatura na OS
  5. Após sair da residência do cliente, retire o EPI de forma correta
  6. Utilize álcool gel
  7. Não utilize o banheiro ou toalhas dos clientes
  8. Passe orientações do serviço:
    • O que foi feito
    • Produtos utilizados
    • Tempo para se tornar eficaz
    • Orientações de medidas preventivas
  9. Saia com orgulho do serviço realizado, você é um profissional
  10. Vá para o próximo cliente

Implementação de precauções padrão

Como atualmente não existe vacina para prevenção de infecção por 2019-nCoV, a melhor maneira de prevenir é evitar a exposição ao vírus. Considerando que, até o momento, não há comprovação de que o novo coronavírus esteja circulando no Brasil, não há precauções adicionais recomendadas para o público em geral, mas devem ser reforçadas ações preventivas diárias que possam auxiliar na prevenção de propagação de vírus respiratórios:

  • Higiene frequente das mãos com água e sabão ou preparação alcoólica
  • Evitar tocar os olhos, nariz e boca sem higienização adequada das mãos
  • Evitar contato próximo com pessoas doentes
  • Cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar, com cotovelo flexionado ou utilizando-se de um lenço descartável
  • Ficar em casa e evitar contato com pessoas quando estiver doente
  • Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.

Controle de Infecção Relacionado a Assistência a Saúde

Atendimento pré-hospitalar móvel de urgência e transporte interinstitucional de casos suspeitos ou confirmados

  • Melhorar a ventilação do veículo para aumentar a troca de ar durante o transporte
  • Utilizar equipamento de proteção individual (EPI)
  • Realizar higiene das mãos com preparação alcoólica frequentemente
  • Orientar os clientes e possíveis acompanhantes quanto a importância da higienização frequente das mãos
  • Limpar e desinfetar todas as superfícies internas do veículo após a realização do transporte. A desinfecção pode ser feita com álcool a 70%, hipoclorito de sódio ou outro desinfetante indicado para este fim e seguindo procedimentos operacional padrão definido para a atividade de limpeza e desinfecção do veículo e seus equipamentos.
  • Reforçar a provisão de todos os insumos (máscaras cirúrgicas, máscaras N95. Sabonete líquido ou preparação alcoólica, lenços de papel, avental impermeável, óculos de proteção e luvas de procedimento) do veículo de transporte.

Equipamento de proteção individual (EPI)

Máscara Cirúrgica

  • Coloque a máscara cuidadosamente para cobrir a boca e nariz e amarre com segurança para minimizar os espaços entre a face e a máscara;
    • Enquanto estiver em uso, evite tocar na máscara
    • Remova a máscara usando técnica apropriada (ou seja, não toque na frente, mas remova sempre por trás)
    • Após a remoção ou sempre que tocar inadvertidamente em uma máscara usada, deve-se realizar a higiene das mãos
    • Substitua as máscaras usadas por uma nova máscara limpa e seca assim que esta tornar-se úmida
    • Não reutilize máscaras descartáveis luvas

Luvas

  • Nunca toque desnecessariamente superfícies e materiais (tais como telefones, maçanetas, portas) quando estiver com luvas
  • Não lavar ou usar novamente o mesmo par de luvas (as luvas não devem ser reutilizadas)
  • O uso de luvas não substitui a higiene das mãos
  • Proceder a higiene das mãos imediatamente após a retirada das luvas
  • Observe a técnica correta da remoção de luvas para evitar a contaminação das mãos

Processamento de Roupas

  • Pode-se adotar o mesmo processo estabelecido para as roupas provenientes de outros pacientes em geral, não sendo necessário nenhum ciclo de lavagem especial. Porém, na retirada da roupa suja, deve-se haver mínima agitação e manuseio, observando as medidas de precaução já citadas anteriormente. Em locais onde haja tubo de queda, as roupas provenientes dos isolamentos não deverão ser transportadas por esse meio.

Marcelo Freitas

Biólogo, especialista no controle de Vetores e Pragas e Diretor Técnico da ABCVP

CRBio 02-29949/2

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Boletim Epidemiológico nº 01 Secretaria de Vigilância em Saúde SVS/MS-COE – Jan. 2020.
Disponível em: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/janeiro/28/BoletimepidemiologicoSVS-28jan20.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza: 2017. Brasília
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenza_2017.pdf

Ministério da Saúde. Secretaria Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde. Classificação de risco dos agentes biológicos – 3ª Ed. 2017

ANVISA. Nota Técnica nº 04/2020. Orientações para serviços de saúde: medidas de prevenção e controle que devem ser adotadas durante a assistência aos casos suspeitos ou confirmados de infecção pelo novo
coronavírus (2019-nCoV).
Disponível em: http//portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6fb9341c196b28

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