Dengue, Zika e Chikungunya – Entenda as Doenças

10 min. leitura
Materia Fabio Castelo - Pragas e Eventos

POR QUE ESSAS DOENÇAS SE “ESPALHAM” TÃO RÁPIDO?

 

Por meio de viagens:

Os meios de transportes evoluíram muito no mundo moderno, hoje em menos de 8 horas você pode cruzar grandes distâncias entre países das américas. Em menos de 12h conseguimos chegar a Europa e com um pouco mais chegamos a Ásia. Nesta facilidade podemos ter facilmente dois cenários:
Viajantes carregando em suas malas, dentre seus pertences ou em mercadorias mosquitos infectados que acidentalmente ficaram presos e que resistiram à viagem e chegaram a uma nova área, o que iniciou o ciclo de transmissão: Mosquito-Homem-Mosquito.
O outro cenário é de um ou mais viajantes, provenientes de regiões de transmissão, que vieram infectados e não sabem, pois geralmente essas doenças tem um período de incubação de aproximadamente 10 dias onde você está infectado e ainda não apresenta sintomas. Essas pessoas chegam e infectam nossos mosquitos, formando o ciclo de transmissão homem-mosquito-homem.

 

Por comportamento de repasto sanguíneo (picadas):

A longa associação de Ae. aegypti com a espécie humana parece tê-lo dotado de certa habilidade para escapar de ser morto por sua vítima durante o repasto sanguíneo. Se o hospedeiro produz algum movimento, mesmo que suave, a fêmea de Ae. aegypti prontamente o abandona procurando outra vítima ou voltando a atacá-lo depois de cessado o perigo de ser atingido. Esta peculiaridade tem grande importância epidemiológica, pois uma só fêmea de Ae. aegypti infectada pode fazer várias alimentações curtas em diferentes hospedeiros e disseminar rapidamente os vírus.

Só na Dengue, são conhecidas quatro variedades de vírus da família dos (den1, den2, den3, e den4). Cada um com uma particularidade que os define. Os quatro tipos já foram registrados no Brasil. Além disso, temos a zika, a chikungunya e o mayaro (doenças também já encontradas no Brasil).

A rigor, uma vacina para um tipo de vírus não dará imunização para outro. Por isso a dificuldade de se produzir alguma vacina realmente eficiente.
No caso de sintomas ou suspeita de alguma dessas doenças, saiba que não existe uma cura específica, o tratamento dos sintomas da doença e a hidratação são os métodos mais utilizados. Procurar um médico é imprescindível, e a prevenir-se é sempre a melhor solução.

Porque combater os mosquitos?

Não se dispõe ainda de uma vacina eficaz para uso preventivo contra a doença, apesar de todos os esforços de pesquisa para produção e desenvolvimento. Enquanto não se puder contar com esta medida de controle, o único elo vulnerável da cadeia epidemiológica é o vetor. A luta contra os mosquitos vetores deve estar orientada para: a eliminação dos seus criadouros potenciais.

Porque o “fumacê” sozinho não resolve?

O melhor método é eliminar as larvas do mosquito. Porque na forma imatura, eles estão concentrados dentro da água. Ou seja, é bem mais fácil destruir o criadouro ou tratar com larvicida um espaço confinado do que tentar atingir a mesma quantidade de mosquitos voando e dispersos no ambiente.

Além disso, por seu comportamento, o mosquito costuma buscar alimento e se abrigar dentro de casa, próximo ao homem, em áreas de sombra (abaixo de mesas, atrás de cortinas, dentro de estantes e armários) esse comportamento dificulta que ele seja atingido pela fumaça do “fumacê” porque o carro passa na rua, fora de casa.

Mosquitos Aedes – os eternos vilões

O Aedes aegypti é um mosquito que costuma medir menos de 1 cm de diâmetro, é de cor preta ou marrom e apresenta listras brancas distribuídas pelo corpo e patas. Ao contrário dos mosquitos comuns, que costumam estar mais ativos no final do dia e inicio da noite, o Aedes tem hábitos diurnos; ele costuma voar baixo, geralmente abaixo de meio metro, picando preferencialmente os pés, tornozelos e as pernas. Também não gosta de calor, por isso é mais ativo nas primeiras horas da manhã e no final da tarde.

Por ser fotofóbico (ter aversão a luz) ele costuma ser difícil de ser visto, as larvas “fogem” da luz, mergulhando para o fundo dos criadouros com água parada, o que pode gerar uma falsa impressão de não haver larvas de mosquitos no ambiente.

O Aedes albopictus, (dir.) é o outro membro da família Aedes presente no Brasil, também considerado vetor dessas doenças, embora o isolamento do vírus neste mosquito ainda não ter sido demonstrado no Brasil, é comum encontrar esse mosquito infectado em países da Ásia. Bem parecido com o Aedes aegypti (esq.) que se cria em depósitos ARTIFICIAIS, o Aedes albopictus busca criadouros NATURAIS (ocos de árvore, bromélias, plantas que acumulam água em seu interior) ou seja vivem em áreas naturais próximas ou dentro das cidades.

Como funciona o controle profissional de mosquitos?

De acordo com as normas da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e seguindo o Manual de instruções da Funasa, o enfrentamento para controle de mosquitos vetores se da de 03 principais formas:

  • Tratamento focal:
    Consiste na aplicação de um produto larvicida nos depósitos positivos para formas imaturas de mosquitos, que não possam ser eliminados mecanicamente.
  • Tratamento perifocal:
    Consiste na aplicação de uma camada de inseticida de ação residual nas paredes externas dos depósitos situados em pontos estratégicos (borracharias, ferros-velhos, cemitérios, etc.) por meio de aspersor manual, com o objetivo de atingir o mosquito adulto que aí pousar na ocasião do repouso ou da desova.
  • Tratamento ultra baixo volume – UBV:
    Consiste na aplicação espacial de inseticidas a baixíssimo volume. Nesse método as partículas são muito pequenas, geralmente se situando abaixo de 30 micras de diâmetro. O uso deve ser restrito a epidemias, como forma complementar para promover rápida interrupção da transmissão da doença, de preferência associado a mutirão de limpeza e eliminação de depósitos.
  • Tratamento com aerossol intradomiciliar:
    Consiste na aplicação espacial de inseticida profissional intradomicilio ou dentro de escritórios, no hall das empresas, áreas de elevadores, com uso de um dispenser automático, onde a cada hora uma névoa fina de inseticida cobre o ambiente matando os mosquitos . Essa técnica causa 03 principais ações no comportamento mosquito: Repelência, diminuição da ação de picada e ocasionalmente a morte.

Proteja-se!

Em caso de locais com suspeita de alguma dessas doenças, ou simplesmente locais com a presença de mosquitos o ideal é sempre prevenir, se protegendo das picadas. Seguem algumas dicas:

• Vistorie sua casa e elimine os focos de mosquito.

• Onde você está durante o dia? Fique atento as medidas tomadas em seu trabalho, creche, escola, asilo, condomínio e sua casa. Lembre-se, o mosquito que transmite as doenças pica desde o amanhecer até o anoitecer, tomar cuidado com onde você passa seu dia é tão importante quanto cuidar de sua casa. Protegendo seus clientes, colaboradores, vizinhos, parentes, amigos… você colabora com sua saúde. Lembre-se o mosquito só transmite a doença se picar alguém doente.

• Use calças compridas e sapatos fechados com meia. O mosquito voa baixo, se abriga nas sombras, principalmente embaixo das mesas. Como normalmente pica as áreas desprotegidas do corpo, a maior incidência está em mulheres, pois elas têm o costume de trabalhar usando saias ou sandálias. O calor é grande, mas em ambientes com mosquito vale se proteger.

• Use repelentes. Siga sempre a orientação médica em caso de sensibilidade e alergias, principalmente em crianças. Fique atento a duração da proteção descrita no rótulo.

• Cuidado com os bebês, com pessoas idosas e que necessitam de cuidados especiais. Use mosquiteiro de berço ou cama sempre que possível, roupas e repelentes também ajudam. Consulte sempre seu pediatra.

• Em caso de dúvidas e precisando de ajuda, contrate um profissional especializado, chame a ASTRAL mais próxima de você.
PARA CONHECER MAIS…
http://www.riocontradengue.com.br/Site/Conteudo/Default.aspx
Para conhecer o conteúdo educativo.
http://www.riocontradengue.com.br/Site/Conteudo/Denuncia.aspx
Para denuncias no estado do Rio.
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1439&sid=8
Sobre a Zika
http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1415&sid=8
Sobre chikungunya
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs
Sobre microencefalia, zika e dengue. Direto pelo Ministério da saúde.
Fabio Castelo é Biólogo, Entomólogo, Especialista em Controle de Pragas Urbanas. Com Mestrado em controle de Vetores e Doutorado em comportamento de Mosquitos, com mais de 26 anos de experiência na área. Por sua experiência em vendas e seu MBA em Marketing na FGV, hoje atua com diretor de expansão e novos negócios do Grupo Astral.

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