Mortes por dengue aumentam mais de 1.000% em um ano no PR

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ciclo epidemiológico da dengue chega ao fim com o registro de 23 mortes no Paraná. De agosto do ano passado até julho deste ano, 22.946 casos foram confirmados. O ciclo que termina foi mais intenso do que o anterior (2017/2018), quando houve 992 casos e apenas duas mortes relacionadas às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

O aumento expressivo dos dados (+ 1.050% no número de mortes e + 2.213% no número de casos confirmados) pode ser explicado, em parte, pela circulação de outros tipos do vírus da dengue no Paraná. Há pelo menos quatro variações de sorotipos, identificados pelas siglas DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4.

As pessoas infectadas pela dengue criam imunidade ao sorotipo que foram expostas. No entanto, quando entram em contato com uma variação do vírus, podem desenvolver a forma mais grave da doença. Por esse motivo, a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) alerta para a possibilidade dos números aumentarem no ciclo 2019/2020.

“O risco é alto devido à circulação do novo sorotipo do vírus da dengue [DEN-2]. Pessoas infectadas por subtipos diferentes em um período anterior podem evoluir para formas mais graves da dengue”, explica o médico epidemiologista Enéas Cordeiro de Souza Filho.

” Por isso, reafirmamos que este é o momento da eliminação dos criadouros “, completa.

Combate ao Aedes aegypti

Lixo e entulho são perigosos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Foto Divulgação USP Imagens
Lixo e entulho são perigosos criadouros do mosquito Aedes aegypti. (Foto: Divulgação/USP Imagens)

Devido ao avanço da dengue no Paraná, a Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) reforça a campanha de combate ao mosquito Aedes aegypti – que também é o vetor de doenças como zika e febre chikungunya.

“Os ovos do mosquito permanecem ‘viáveis’ por até 450 dias. No momento em que encontram as condições ideais, como o aumento das temperaturas na mudança para a próxima estação, eclodem, se transformam em larvas e depois em mosquitos”, explica a coordenadora da Divisão de Vigilância Ambiental da Sesa, Ivana Belmonte.

Por isso, segundo ela, as ações de combate aos criadouros devem acontecer durante todo o ano – e não apenas as estações mais quentes. Todo lugar que pode acumular água deve ser investigado, limpo e protegido. A orientação é para que as inspeções caseiras sejam feitas pela população todas as semanas.

Dados consolidados da Dengue, Chikungunya e Zika

O ciclo epidemiológico da dengue chega ao fim com 22.946 casos confirmados, sendo 22.360 autóctones – ou seja, contraídos dentro do próprio município. 23 pessoas morreram devido a complicações da doença.

De agosto de 2018 até julho de 2019 foram 91.252 notificações de dengue no Paraná, contra 21.678 nos doze meses anteriores. O salto foi de 320%.

Neste ciclo também foram registrados 29 casos de febre chikungunya, contra 60 registros nos doze meses anteriores. O recuo foi de 51%.

Em relação ao zika vírus, o Paraná teve cinco confirmações entre agosto de 2018 e julho de 2019. No período anterior, nenhum caso havia sido registrado.

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