Mosquitos Transgênicos uma ferramenta importante no Combate à Dengue

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Esxemplo de um Mosquitos Transgênicos
Foto: Reprodução / Revista Questão de Ciência

Doenças tropicais, causadas por patógenos transmitidos por insetos vetores, matam milhões de pessoas a cada ano e as estratégias atuais de controle destas doenças, como inseticidas e drogas não têm sido eficientes.

A dengue é um grave problema de saúde pública muito conhecido pelos brasileiros. Todos os anos os casos registrados da doença são elevados e preocupam a população e as autoridades. Somente no primeiro semestre de 2021 os casos de dengue registrados em São Paulo já são o triplo de 2020, segundo o Ministério da Saúde. Da mesma forma o estado de Roraima viu o aumento 6.866% no número de casos de dengue.

Por este motivo, o uso de novos meios para o combate às doenças como dengue e malária é de extrema importância.

A Pesquisa Sobre Mosquitos Transgênicos

Os progressos no estudo de mosquitos vetores e suas interações com patógenos levaram os cientistas à idealização de um novo método de controle, no qual a manipulação genética dos mosquitos poderia torná-los vetores ineficientes.

Nesta apresentação a professora Margareth Capurro comenta com Dalton Fonseca Junior e Fabio Medeiros da Costa os avanços na introdução de genes exógenos na linhagem germinativa de mosquitos transgênicos, desde a caracterização de promotores específicos de certos tecidos para utilização na direção da expressão de genes, até a identificação de produtos gênicos que bloqueiam o parasita ou impedem a replicação viral no vetor, bem como discutimos a geração de linhagens de mosquitos transgênicos, menos eficientes na transmissão dos patógenos causadores da malária e, mais recentemente também dos sorotipos do vírus dengue.

Além disso, ela discutiu o aperfeiçoamento da técnica de esterilização de machos através da geração de linhagens transgênicas e os recentes avanços para a aplicação desta estratégia.

A pesquisadora ressalva que o Aedes aegypti transgênico não deve ser entendido como estratégia exclusiva de combate, mas como parte de um controle integrado, que vai da educação da população ao desenvolvimento de vacinas, passando pela eliminação de potenciais criadouros (depósitos de lixo, plásticos, garrafas, pneus) e pelo uso de larvicidas e inseticidas.

Por enquanto, muitos progressos já foram obtidos e, embora mosquitos transgênicos voltados à supressão de populações estejam sendo liberados em campo para testes, será ainda necessário o aperfeiçoamento do método para que linhagens transgênicas que visam à substituição de populações, através da fixação de alelos refratários, possam ser introduzidas na natureza.

Mas a perspectiva é que estes métodos em breve possibilitem uma ação eficiente na diminuição e controle da transmissão de doenças, sendo utilizados de forma integrada aos controles tradicionais.

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