Paraguai pode estar vivendo pior epidemia de dengue de sua história

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Não foi por falta de alerta: o Ministério da Saúde do Paraguai avisou, já em outubro do ano passado, que o Paraguai viveria uma epidemia de dengue, em 2020. Mas não houve mobilização de municípios, ministérios e outras instituições para evitar que ocorresse.

Resultado: a dengue veio e hoje lota os hospitais, que estão em colapso e quase não conseguem atender tantos pacientes. E a doença já é suspeita de ter provocado quatro mortes no país. A última morte foi de uma jovem de 19 anos na sexta-feira, 10, na cidade de Luque, vizinha a Assunção.

Só na região metropolitana de Assunção, são mais de 1.720 notificaciones de casos suspeitos de dengue por semana. A situação se agrava devido ao intenso calor e às chuvas, que multiplicaram os criadouros de mosquitos Aedes aegypti, transmissor da doença.

Todos os alertas para que os moradores eliminassem os focos de mosquitos não surtiram efeito. Houve descaso dos governos e dos cidadãos, afirma o jornal ABC Color, mesmo quando foi declarada a epidemia, no final de novembro do ano passado.

252 mortes em 2013

O médico Carlos Morínigo, ex-ministro da Saúde do Paraguai, diz que a epidemia deste ano pode superar a que ocorreu em 2013, a maior da história.

Naquele ano, foram confirmados mais de 130 mil casos de dengue, além de 150 mil suspeitos, com 252 mortes. Números assustadores, para um país de apenas 6,7 millhões de habitantes.

Para Morínigo, não há expectativa de que a situação melhore, porque as condições climáticas não permitem. As seguidas chuvas – e a previsão é de que vão continuar – favorecem o acúmulo de água e a multiplicação de criadouros.

“As pessoas devem limpar suas casas. É preciso sair um pouco das ilhas de nossos lares, bater à porta de nossos vizinhos e trabalhar em comunidade”, afirmou.

Ainda que tardiamente, o governo trabalha para combater firmemente a dengue. No sábado, por exemplo, o Ministério de Obras Públicas do Paraguai ordenou que fossem retirados os veículos dos depósitos da Patrulla Caminera (polícia rodoviária), que se tornaram focos de mosquitos da dengue.

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Criadouros de mosquitos, as sucatas foram retiradas dos depósitos da Patrulla Caminera. Foto La Nación

O presidente da República, Mario Abdo Benítez, determinou que todas as instituições públicas trabalhem no combate à dengue. Inclusive, os funcionários públicos foram dispensados de bater ponto durante um dia da semana para se dedicarem a essa ação.

Fontes: La Nación, Última Hora e ABC Color

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