Prefeitura de Campinas confirma quarta morte por febre maculosa neste ano

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A prefeitura de Campinas (SP) confirmou, nesta quinta-feira (29), a quarta morte por febre maculosa em 2019. A vítima é um menino de oito anos. Ele faleceu no dia 30 de julho, mas o exame confirmando a causa da morte ficou pronto nesta semana.

As outras mortes na metrópole foram de uma criança de 2 anos, da região Noroeste, de um homem de 38 anos, da região Leste, e uma mulher de 32 anos, da região Norte. O menino de oito anos morava na região Sudoeste, segundo a administração.

O médico infectologista do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) Rodrigo Angerami alerta que todas as vítimas moravam em áreas periurbanas (regiões em que as atividades urbanas e rurais se misturam). Estas áreas possuem vegetação, rios e córregos, além de animais como cavalos e capivaras, que são hospedeiros dos carrapatos transmissores da doença.

Angerami ressalta ainda a preocupação com o diagnóstico precoce da doença devido à alta letalidade da febre maculosa. Neste ano, Campinas registrou sete casos e quatro mortes.

“No estado de São Paulo a letalidade é de 50%”, afirma o infectologista.

Para o médico, as pessoas precisam ficar atentas quando frequentarem áreas consideradas de risco. E sempre vistoriar o corpo em busca de carrapatos ao chegar às casas onde moram. Entre os meses de maio e setembro, os carrapatos estão na fase evolutiva, ou seja, são pequenos e muitas pessoas são picadas, mas nem percebem.

“Nesta fase são vermelhinhos e de difícil visualização”, completa Angerami. É preciso ainda que as pessoas que frequentem áreas de risco e começarem a sentir, em até 15 dias, febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor intensa no corpo, procurem o posto de saúde o mais rápido possível.

Como Campinas está localizada em área endêmica para esta doença, os médicos também são alertados para identificar o mais rápido possível uma suspeita. Apesar da letalidade alta, a doença pode evoluir para cura com a administração de antibióticos.

O que se faz em casos positivos ou suspeitos?

Assim que um caso suspeito ou positivo de febre maculosa é identificado, o Devisa faz uma vistoria no local. Em caso de áreas de preservação ambiental, os técnicos não podem, por exemplo, fazer a poda da vegetação ou aplicar produtos. Nestes casos, é efetuada uma campanha educacional sobre os riscos de ser picado por carrapatos.

Nas demais áreas, a limpeza do local pode ser feita e os proprietários de cavalos são orientados a tomar medidas para minimizar a infestação dos carrapatos. Porém, em casos de capivaras, a Secretaria do Verde e Meio Ambiente é acionada, já que a legislação do manejo destes animais silvestres segue normas específicas.

Febre maculosa

A febre maculosa é uma infecção grave e pode matar. Não existe vacina contra a doença e a orientação para pessoas que passam por áreas de risco é ficar atenta, em até 15 dias, aos sintomas da doença:

  • Febre
  • Dor de cabeça
  • Dor intensa no corpo
  • Mal-estar generalizado
  • Náuseas
  • Vômitos

Como ela é transmitida?

A transmissão em seres humanos ocorre por meio da picada do carrapato infectado pela bactéria causadora da doença. Os carrapatos permanecem infectados durante toda a vida, em geral de 18 a 36 meses. Veja o ciclo:

Ciclo da febre maculosa envolve carrapatos e capivara — Foto: Amanda Paes/G1
Ciclo da febre maculosa envolve carrapatos e capivara — Foto: Amanda Paes/G1

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