Bicho de pé e bicho geográfico têm sintomas parecidos, mas tratamentos diferentes

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Está na praia, andando pela areia e o pé começa a coçar de forma intensa. Os sinais indicam duas possíveis condições: bicho de pé ou bicho geográfico. Enquanto o bicho de pé é causado por uma pulga, Tunga penetrans, que penetra na pele entre os dedos ou sob as unhas, bicho geográfico tem como causador uma larva microscópica, que forma um caminho avermelhado característico na pele.

Os sintomas de ambos são semelhantes, a começar pela coceira. No caso do bicho geográfico, a coceira tende a ser mais intensa, mas não há dor e a situação tende a melhorar sozinha de seis a oito semanas. Quando a condição é o bicho de pé, além do prurido, o pé aumenta de volume, fica vermelho e há a formação de uma pápula na região onde a pulga entrou. Esses sintomas surgem entre dois a três dias.

A recomendação dos especialistas, no caso do bicho de pé, é retirar a pulga o quanto antes. Como ela se alimenta da pele humana, forma lesões cada vez maiores. O risco é que a ferida aumente e forme uma área de necrose, dando espaço para infecções mais graves.

Dependendo da profundidade da lesão, não é indicado retirar a pulga do bicho de pé sozinho. “Deveria ser o médico a fazer a retirada, mas sempre tem algum parente que se encarrega disso. O problema é não retirar totalmente a pulga, ou causar uma infecção e se transformar em um estado clínico mais grave”, explica João Luiz Carneiro, médico clínico geral do hospital Vita. O tratamento mais indicado é o uso de pomadas antiparasitárias e a agulha ou pinça esterilizada para fazer a retirada.

Para o bicho geográfico, os especialistas recomendam o uso de pomada para alívio dos sintomas e a crioterapia – aplicação de gelo no local que causa a morte da larva. “Tratando os sintomas, a condição sara mais rápido também, mas mesmo que não faça nada, o bicho geográfico cura sozinho. O problema é que fica feio e causa uma coceira desagradável”, reforça o médico.

Como prevenir?

Cuide da saúde dos animais e, de preferência, não leve cachorros ou gatos para a praia, pois são os transmissores dessas condições. Se preferir, quando for andar na areia ou gramado, por onde os animais estiveram, use chinelos ou um calçado fechado.

“Não são todos os cães e gatos que transmitem, apenas animais contaminados. Animais que ficam mais dentro de casa do que fora, que recebem medicação e são tratados, dificilmente são transmissores. Os animais de rua são mais perigosos”, diz.

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