Isolamento social abriu espaço para reprodução exponencial de pragas

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Foto: Alessio Rinella - Unsplash

Ao passo que uma porcentagem da população se manteve exercendo a prática emergencial da quarentena, abdicando dos locais que costumavam frequentar, as pragas e seus vetores ganharam bastante espaço para se proliferar.

Flávio Monte, Presidente da Associação das Empresas de Controle de Pragas do Ceará (Aceprag), relata, inclusive, que o número de chamadas para lidar com roedores aumentou neste período.

“Agora a gente está sentindo também o aumento nos casos de mosquitos, casos de dengue. Porque, apesar das pessoas estarem em suas residências, elas estão relaxando naquelas medidas preventivas no controle da dengue”, complementa.

Os vetores de mais conhecidos são os roedores e as baratas. No entanto, as formigas também trazem grandes riscos, pois “transportam uma grande quantidade de patógenos em suas patas, elas transitam nos mesmos locais que as baratas, dentro de banheiros, tubulações de esgoto e galerias”, sendo perigosas hospedeiras de doenças como a salmonelose.

Segundo Monte, recentemente houve uma crescente demanda de casos relacionados a escorpiões em residências. O problema com a espécie não é momentâneo, mas devido a alta climática das últimas semanas na Capital, essa taxa cresceu ainda mais.

Os casos assolam toda a Grande Fortaleza, pelos diversos focos para a propagação, porém, nas regiões mais afastadas que tendem a ter depósitos em suas proximidades, a situação se intensifica, em decorrência do acúmulo de materiais guardados ou descartados.

“Essa questão do coronavírus está nos alertando sobre a importância de termos medidas de higiene e limpeza de asseio pessoal. A mesma coisa vale para a nossa casa e a nossa cidade. Então, a melhor maneira de você combater pragas é prevenindo, descartando corretamente o lixo, evitando que dentro das casas tenham restos de materiais ou locais que possam servir de abrigo (para os animais)”, orienta o presidente da Aceprag sobre a maneira correta de se precaver.

O tratamento químico de combate feito pelas empresas responsáveis é válido, naturalmente. Mesmo assim, a eliminação do foco de lixo, correção dos pontos de acesso e a manutenção desse controle garante maior eficácia.

Estudo

As doenças com maior frequência de transmissão dessas pragas são a leptospirose, a salmonelose, vários tipos de doenças gastrointestinais, doenças respiratórias também, como conjuntivite, asma e sinusite. “Inclusive, existe um estudo que mostra que as baratas têm a capacidade de carregamento do vírus da Sars-CoV-1.

Não fala sobre o novo coronavírus. Mas se elas carregavam esse vírus, elas, provavelmente, carregam também o vírus novo. As baratas carregam vários tipos de vírus e bactérias em seus organismos”, assegura Flávio Monte.

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