Prefeitura de Americana cogita fazer controle de barata

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A Prefeitura de Americana informou nesta sexta-feira que estuda a viabilidade de aplicar o controle de baratas na cidade para tentar reduzir a população de escorpiões. O inseto é alimento para o aracnídeo, que já fez 436 vítimas de suas picadas em 2018, o maior número da série histórica.

Na manhã desta sexta, o prefeito Omar Najar recebeu em seu gabinete o médico veterinário do PVCE (Programa de Vigilância e Controle de Carrapatos e Escorpiões) de Americana, José Brites Neto. Após o encontro, a decisão do prefeito foi de encaminhar o assunto com as secretarias que seriam envolvidas para discutir a viabilidade da medida, também conhecida como desbaratização.

 

Prefeito se reuniu com médico veterinário José Brites e vereador Thiago Brochi nesta sexta-feira, para discutir medida.

 

O especialista em escorpiões é defensor do controle químico do animal e já apresentou projeto para adotar a técnica na cidade em 2011. Desde então, a proposta segue em discussão na prefeitura.

Na semana passada, em entrevista ao LIBERAL, Brites criticou a inércia em se adotar novas técnicas de combate aos escorpiões e disse que o trabalho realizado hoje, com a captura noturna do animal, não é suficiente para solucionar o problema.

Em reportagem do mês passado, o LIBERAL mostrou que o combate às baratas é adotado por Nova Odessa há mais de 10 anos e surte efeito, segundo a vigilância do município, que registra índice de picadas menor que o de Americana. O mesmo ocorre na cidade de Sumaré.

Nesta sexta, a reportagem procurou o médico veterinário da prefeitura, mas ele não comentou a reunião. Presente no encontro, o vereador Thiago Brochi (PSDB) contou que Brites apresentou as medidas possíveis de serem adotadas e que o prefeito sinalizou a possibilidade de adotar a desbaratização com urgência.

“O controle químico do escorpião, com veneno voltado para ele, segundo o doutor Brites, não poderia ser feito agora, por conta do período de chuvas. O ideal é fazer isso no período seco”, comentou Brochi. “Então, por enquanto, a medida a ser adotada é a de combater as baratas, principal alimento dos escorpiões”, disse.

 

Cobrança

Alvo de críticas em relação aos casos de picadas de escorpiões – tanto na câmara, quanto nas redes sociais – o secretário de Saúde de Americana, Gleberson Miano, cobrou da população mais atenção em relação à limpeza e manutenção de terrenos baldios e remoção de entulho de calçadas e quintais como forma de combater a proliferação do animal.

Mais cético em relação ao controle químico e se baseando em recomendações do Ministério da Saúde e do Instituto Butantan, o secretário afirmou que o trabalho não é adotado porque falta comprovação de sua efetividade.

“Todo mundo diz que não funciona porque ao invés de matar, desaloja o escorpião e o número de acidentes aumenta. Como que eu posso autorizar uma ação se tenho órgãos dizendo que não funciona”, desabafou, em entrevista ao LIBERAL nesta sexta-feira.

Segundo Miano, o problema dos escorpiões é item urgente na pauta de vários secretários, mas cobrou que a população faça o “dever de casa”. “A solução é limpeza. A população também não faz a parte dela, ninguém quer limpar terreno. Tem gente com pilha de tijolo podre na calçada. Preferem passar veneno no entulho do que limpar”, criticou.

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