Transmissores de doenças, pombos “tomam conta” das UPAs em Campo Grande

4 min. leitura

Problema recorrente, a presença de pombos oferece risco à saúde de pacientes e servidores nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Vila Almeida e Jardim Universitário, em Campo Grande. Companhia indesejada, os animais se aglomeraram nos forros, onde acumulam fezes, urina e detritos. Leitores denunciaram ao Correio do Estado que o perigo de desabamento é iminente e medidas urgentes são necessárias.

A comerciante Valdirene Barbosa de Santana, de 47 anos, se assustou com a situação da UPA da Vila Almeida na manhã de ontem, ao levar o filho para numa consulta. Segundo ela, o risco de contaminação pelos dejetos das aves era tão grande, que uma das servidores, que é gestante, estava usando uma máscara para se proteger. “Uma hora [o teto] vai cair na cabeça de alguém. Não basta o caos da saúde e ainda temos que lidar com isso”, disse.

A unidade já passou por reformas devido à queda do teto. Nesta manhã, a equipe de reportagem esteve no local e constatou a presença de vários pombos por meio de um pedaço do forro que havia caído. Além disso, perto da farmácia, a sujeira escorre pela parede. “Você chega ali doente, e sai pior. Imagine então os funcionários que têm que fazer plantão nesta situação. Ontem quando estive na UPA, o chão estava bem sujo de fezes”.

Os problemas vão além. Rosa Santos da Silva, de 53 anos, proprietária de um salão de beleza ao lado da unidade, disse que frequentemente pacientes procuram seu estabelecimento para usar o banheiro e beber água, devido à precariedade da estrutura. “As pessoas que vão na UPA acabam vindo pedir para usar meu banheiro, porque lá não tem condições. Lá não tem nem copo para beber água e acabam vindo pedir aqui”, relatou.

UNIVERSITÁRIO
No Universitário, a situação é semelhante, relata Neli da Cunha Ferreira, 51. A mulher pontua que, não bastasse a demora para receber atendimento, tem que compartilhar a unidade com os pombas. “Eu fui com minha mãe lá, e ficamos das 15 horas às 22 horas esperando por atendimento. Enquanto isso a gente ouvia os pombos teto e via caindo uma caindo sujeira, que não sabíamos se era areia ou fezes acumuladas. Depois ficamos com nossa pele pinicando”.

SOLUÇÕES
Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande informou a presença destes animais nestes locais é recorrente em razão da oferta de alimentos. “Por conta disso, os animais acabam rompendo as telas de proteção e se abrigando dentro das unidades. No ano passado, a Sesau fez um trabalho intenso de manejo destes animais para evitar a frequente proliferação nas unidades saúde, além da manutenção e colocação de telas de proteção”, lê-se na nota.

Ainda de acordo  com a assessoria, a UPA da Vila Almeida foi uma das unidade que, durante o período de reforma, recebeu vedação especial. No entanto, conforme mencionado, devido a oferta de alimento estes animais retornaram.

“Os pacientes são orientados a não alimentar estes animais e, quando são flagrados o fazendo, são advertidos pela equipe da unidade, uma vez que isso contribui para a permanência dos mesmos nestes locais. Não havendo a oferta de alimentos há o dispersamento natural destes animais para outras áreas.Apesar disso, o trabalho de manejo destes animais deve ser permanente e estas unidades deverão entrar no cronograma de vistoria da equipe de manutenção para que estes animais sejam desalojados e as grades reparadas”.

Fonte: Correio do Estado

Compartilhar
Leave a comment