Agentes de saúde recebem capacitação sobre leishmaniose

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Cerca de 40 agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate a endemias (ACE) que atuam na abrangência da Gerência Distrital Glória – Cruzeiro – Cristal (GD GCC) participaram na manhã desta sexta-feira, 10, de capacitação sobre a vigilância da leishmaniose visceral, com ênfase para a biologia do vetor e características da leishmaniose visceral canina (que, normalmente, antecede casos humanos).
O encontro, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde, ocorreu no auditório da GD GCC. Os participantes da formação serão multiplicadores do conteúdo apresentado aos demais ACS e ACE que atuam nos cerca de 50 serviços de saúde mantidos pela secretaria nos três distritos. Ao todo, são 101 ACS e 13 ACE em atuação na Gerência Glória-Cruzeiro-Cristal.
Desde 2016, legislação federal atualizada estende também aos ACS a responsabilidade pelo manejo e controle ambiental. Como os fatores ambientais têm relação direta com a proliferação do mosquito-palha (flebotomíneo transmissor da leishmaniose), a intenção do encontro foi de difundir conhecimento para que os agentes, presentes no dia a dia nos territórios, tenham capacidade de identificar cães com possíveis sintomas da doença e orientar as comunidades para dirimir problemas relacionados à manutenção de áreas externas, como pátios, terrenos, vias.
Casos de cães positivos para leishmaniose visceral vêm sendo monitorados em Porto Alegre desde 2010, com a confirmação de mais de 80 cachorros doentes (sintomáticos ou não). Em 2016, a Capital registrou a primeira confirmação de caso humano da doença, que levou a óbito uma criança com menos de dois anos.
As capacitações para a rede de saúde foram iniciadas em 2016, principalmente no âmbito das GDs com casos confirmados de cachorros com leishmaniose (GD Leste-Nordeste, Glória-Cruzeiro-Cristal, Partenon-Lomba do Pinheiro/PLP e Restinga). Em 20 de fevereiro, a capacitação será levada à GD PLP. Na Restinga, a data será marcada. A formação foi feita pela bióloga Maria Inês Bello e pela médica veterinária Carla Bacedo de Vargas, ambas técnicas da CGVS/SMS.
A leishmaniose visceral é doença grave, causada pelo protozoário Leishmania chagasi, que é transmitida principalmente pela picada do mosquito-palha. Embora a doença atinja principalmente cães, seres humanos também podem ser infectados, acidentalmente, pela picada do inseto. O mosquito-palha se contamina picando um cão infectado. A doença não é contagiosa. Não é transmitida diretamente de uma pessoa para outra, nem dos cães para as pessoas. A transmissão do parasita ocorre pela picada da fêmea do mosquito-palha. Não há vacina contra leishmaniose visceral, doença que pode ser curada em humanos, mas não em animais.
Leishmaniose visceral humana – pessoas que apresentem febre persistente, principalmente aquelas que viajaram ou que residam próximo de casos confirmados de leishmaniose canina devem ser levadas à unidade de saúde mais próxima da residência, para acompanhamento e providências. A medicação é fornecida pelo poder público após confirmação da doença.
Leishmaniose visceral canina – É doença que exige notificação dos serviços veterinários à Equipe de Vigilância de População Animal da Secretaria Municipal de Saúde. Entre os sintomas estão emagrecimento progressivo, feridas e descamações de pele, queda anormal de pelos, aparecimento de ínguas, crescimento anormal das unhas, inchaço de pernas, sangramento de nariz, entre outros. Caso seu cão apresente sintomas, procure um serviço veterinário e informe a existência de caso confirmado da doença próximo à sua residência.
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