Agevisa diz que falta de higiene na produção do caldo de cana pode provocar doença de Chagas

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A observação das condições de higiene dos ambientes que comercializam caldo de cana, como também da forma como é armazenada a cana-de-açúcar, é requisito essencial para a preservação da saúde de quem cultiva o hábito de consumir o produto, segundo alertou a engenheira de alimentos e diretora-geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa/PB), Glaciane Mendes.

“O transporte inadequado e o mau acondicionamento da cana-de-açúcar pode favorecer a ocorrência de complicações como doença de Chagas, transmitida pelo mosquito ‘barbeiro’, e leptospirose, disseminada por meio da urina de ratos e outros animais”, informou a diretora no programa “Momento Agevisa”, que vai ao ar todas as quintas-feiras, entre as 06 e 07 horas da manhã, dentro da programação do Jornal Estadual da Rádio Tabajara (AM 1.110 e FM 105.5).

No caso específico da doença de Chagas, Glaciane Mendes disse que a sua relação com o caldo de cana está ligada ao fato de os feixes de cana-de-açúcar, quando montados, transportados e armazenados sem os devidos cuidados, se constituírem em importantes esconderijos para os mosquitos, dentre os quais o “barbeiro”.

“Conhecido como tripanossomíase sul-americana, o mal de Chagas é uma doença infecciosa crônica (em muitos casos fatal) provocada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi. Sua transmissão é feita por inseto triatomíneo, conhecido popularmente no Brasil como ‘barbeiro’. Durante a evolução da doença, é característico o comprometimento cardíaco e/ou digestivo”, explicou a engenheira de Alimentos.

A transmissão da doença de Chagas, segundo ela, ocorre por meio do contato com as fezes do barbeiro contaminado; pela pele (através da picada do inseto), ou por via oral, através, por exemplo, do consumo de caldo de cana contaminado com os protozoários a partir da trituração e da consequente maceração de barbeiros juntamente com a cana-de-açúcar, ou ainda pela presença (no produto) de fezes de animais infectados.

“A presença do mosquito barbeiro ou apenas de suas fezes no meio da cana-de-açúcar, e também de outros produtos alimentares como açaí ou qualquer outra fruta a ser moída antes de ser consumida, pode ser um foco de transmissão da doença”, enfatizou Glaciane. E acrescentou: “A urina ou as fezes de outros animais contaminados com a doença, como ratos e gambás, ou até mesmo cães domésticos, também podem ocasionar problemas”.

Para a diretora-geral da Agevisa/PB, o essencial para se evitar este problema, como todos os demais ligados ao consumo de alimentos, é a higiene. “Os alimentos devem estar sempre bem protegidos do contato de insetos e outros animais, sendo os comerciantes e manipuladores destes produtos os responsáveis pela seleção e higienização dos mesmos, e também dos locais de armazenamento e de disponibilização, devendo os consumidores ficarem atentos aos tipos de comida que vão consumir, aos lugares onde estes são servidos e, especialmente, à forma como os produtos alimentícios são armazenados” ressaltou.

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