Com 733 casos de malária em 10 meses, prefeitura de Caracaraí, RR, declara surto da doença

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Carros de fumacê tem sido utilizados em Caracaraí, Sul de RR, para combater a propagação da doença (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

O município de Caracaraí, ao Sul de Roraima, enfrenta um surto de malária. De janeiro a outubro deste ano, 733 casos foram confirmados, afirma a prefeitura, contra 283 em todo o ano de 2016. Um aumento de quase 160% em dez meses.

De acordo com os dados da Secretaria de Vigilânica em Saúde, só no mês de outubro foram registrados 51 casos da doença.

O maior número de pessoas infectadas foi registrado em setembro deste ano, quando 163 casos foram confirmados.

Fonte: Secretaria de Vigilância e Saúde/MS

Em entrevista ao G1, o secretário de Saúde de Caracaraí, Joniel Ionack, afirmou que a maioria dos casos são originados de áreas indígenas.

“Um dos nossos grandes problemas com a malária é a área indígena, porque os índios pegam a doença lá e quando vem pra cidade se tornam transmissores”, explicou.

O secretário disse ainda que medidas estão sendo tomadas para controlar o surto no municípío, como a ação de carros fumacê, que foram deslocados ao Sul do estado para conter o avanço do mosquito transmissor da doença.

A secretaria também iniciou testagens para diagnóstico da doença nos moradores da sede e do interior de Caracaraí.

Plano de ação

Ao G1, Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) informou que enviou uma equipe técnica para iniciar um plano de ação para controle da malária em Caracaraí no período de 30 de outubro a 3 de novembro.

Entre as ações estão o fonecimento de medicamento e inseticida para controle da doença, capacitação dos profissionais da saúde do município, palestras educativas em escolas e a ampliação do diagnóstico nos postos de saúde, proporcionando mais agilidade no tratamento.

As mesmas ações serão realizadas também nos municípios de Rorainópolis e Cantá. O plano segue os preceitos do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM).

Doença e prevenção

Mosquito Anopheles stephensi, transmissor da malária, picando uma vítima (Foto: (Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters)) Mosquito Anopheles stephensi, transmissor da malária, picando uma vítima (Foto: (Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters))

Mosquito Anopheles stephensi, transmissor da malária, picando uma vítima (Foto: (Foto: Jim Gathany/CDC/Reuters))

De acordo com o Ministério da Saúde, a malária é uma doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores.

Na maior parte dos casos a malária é transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, infectada por Plasmodium, um tipo de protozoário. Outras formas de contaminação podem ocorrer por transfusão de sangue, da mãe para o feto ou uso de seringas contaminadas.

Os sintomas causados pela doença são febre alta, calafrios, tremores, sudorese e dor de cabeça. Muitas pessoas, antes de apresentarem estas manifestações clínicas, têm náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

Os métodos mais eficazes de prevenção individual são o uso de mosquiteiros, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas e o uso de repelentes.

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