Minas Gerais, Goiás e São Paulo reúnem a maioria dos casos de dengue no país

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Desde janeiro foram registrados quase 1,5 milhão de casos de dengue no país; 70% deles se concentram nos estados de São Paulo, Goiás, e Minas Gerais.

O mosquito escolheu justamente a moradora mais novinha de uma casa na Grande Belo Horizonte. Ester pegou dengue quando tinha apenas um mês de vida.

“Eu achei que eu ia perder minha filha. A situação foi muito difícil. Quase 39° de febre e ela já não estava respondendo direito. Porque você pegava ela, ela estava mole”, conta o vendedor Dalmon Palmer Feliz Moreira.

A marcação contra o Aedes aegipty ficou ainda mais cerrada. Só que a preocupação do Dalmon não passa porque tem vizinho que não colabora. “Eu consegui ver algumas latas ali vazias… Então cada dia que chega aqui é um cenário diferente”, diz Dalmon.

A maior parte dos casos prováveis de dengue no país está concentrada em três estados. Minas, São Paulo e Goiás, juntos, têm praticamente 70% dos registros. Só em Minas Gerais, 154 pessoas morreram por causa da doença e houve quase meio milhão de notificações até o fim de outubro de 2019.

Segundo o Ministério da Saúde são várias as razões que explicam essa quantidade de caso: mais chuva, temperaturas mais altas, novos sorotipos do vírus da dengue circulando. As autoridades também dizem que tem muita gente bobeando com as medidas de prevenção.

O lote vago, cheio de lixo, virou tormento para a vizinhança. “Eu conheço pessoas que morreram com dengue no bairro aqui vizinho e não é só esse lote, tem casas aí também, que nem a casa no meu fundo, da minha casa a laje dele virou uma piscina”, afirma a dona de casa Vânia Medina Silva.

O médico infectologista Unaí Tupinambás diz que enquanto não houver vacina disponível no SUS, só há uma maneira de vencer o mosquito: “O que nós temos que fazer é combater os focos de criação do mosquito, avisar às autoridades sanitárias a fazer a limpeza de lote, a coleta de lixo, mas, principalmente, limpar a sua área de casa, evitar acúmulo de água”.

Dona Marisa está de acordo que essa tem que ser uma tarefa coletiva. “O pessoal daqui tem que ter mais educação, consciência, porque isso aqui não está fazendo mal só para gente não, faz mal para quem está jogando também”, diz a cuidadora de idosos Marisa Antônia Silva.

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