A relação entre os Resíduos Urbanos, as Pragas Urbanas e a Saúde Pública

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Os sistemas de gestão de resíduos consistem na disponibilização de serviços em que um dos objectivos é manter a qualidade de vida da população, evitando a proliferação das pragas e a consequente transmissão de doenças nos aglomerados urbanos.

Quando em equilíbrio na Natureza, os animais não nos causam dano. Porém, em áreas urbanas, onde lhes é proporcionado abrigo, água e alimentos, alguns podem desenvolver-se descontroladamente, transformando-se em pragas e originando graves problemas de saúde pública. É o que acontece, entre outros, com pulgas, carraças, baratas, moscas, mosquitos, ratos e pombos. A acumulação de resíduos (lixo) nas áreas urbanas pode originar riscos à saúde ambiental e à saúde pública, com o desenvolvimento e proliferação das pragas urbanas, as quais alimentam-se dos detritos existentes e que contribuem para a disseminação de doenças relacionadas com a presença de ratos, baratas, moscas e pombos. Além das pragas abordadas anteriormente, com a existência de resíduos (lixo) em associação a precipitação (chuvas), conjuntamente com temperaturas e humidade elevadas, favorece a proliferação de mosquitos, tais como o Aedes aegypti, o qual está associado aos vírus da Dengue e Zika.

Em termos de conhecimento da opinião pública, existe a noção que os ratos, baratas, pombos, moscas e até formigas podem deter microrganismos que potenciam algumas doenças graves, tais como febre tifoide, cólera, hepatite, leptospirose, entre alergias e doenças do âmbito gastrointestinal.

A alteração de hábitos comportamentais induzem ainda o surgimento de aves na procura de alimento em áreas críticas, tais como aeroportos, hospitais, portos, locais responsáveis pela gestão de resíduos, incluindo nas áreas envolventes e áreas que se situam na rotas de passagens das aves. O ponto referido anteriormente, implica muitas vezes o risco em termos de segurança na aviação civil, incluindo a contaminação de património cultural, sem nunca esquecer que abordamos espécies que podem estar a colocar em causa a saúde pública. Contudo, devemos ter a percepção que a presença destas espécies é induzida pelas alterações introduzidas pelo ser humano.

Será fundamental compreender o comportamento das pragas urbanas e os sistemas de gestão de resíduos, bem como a adopção de programas integrados de controlo das pragas urbanas no âmbito municipal, tendo em conta o benefício geral da população em termos de saúde pública, mas também garantir a segurança de quem opera no sistema de recolha e gestão do processo de resíduos municipal.

Algumas paralisações no sector da gestão de resíduos, interligado com a inexistência de programas municipais adequados para controlo das pragas urbanas, têm permitido à população residente e visitantes da nossa região deter uma noção sobre a importância e a necessidade em repensar a gestão de pragas nos circuitos urbanos.

Para uma sociedade responsável, é necessário aprofundar o conhecimento e discutir sobre todas as opções de prevenção e gestão de resíduos, tendo por base os princípios da prevenção e redução, preparação para a reutilização, reciclagem, outros tipos de valorização e eliminação dos resíduos, incorporando o controlo integrado das pragas urbanas e permitindo a melhoria das condições de saúde pública.

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