UFRJ cria armadilha contra o Aedes aegypti feita com LED

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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criou uma armadilha “colorida” para o mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya. A caixa iluminada tem capacidade para atrair e matar as fêmeas da espécie, principal vetor das doenças.

Mônica Ferreira Moreira, professora de bioquímica da UFRJ, destaca que a armadilha não usa produtos químicos e só precisa de uma tomada.

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Caixa se parece com uma lâmpada estilosa, mas cores atraem a fêmea do Aedes
Foto: Reprodução/GloboNews

“O conjunto de LEDs azul, amarelo e verde atrai mais fêmeas do Aedes aegypti do que qualquer outra espécie de mosquitos”, explica Monica. “Os outros produtos que já existem no mercado, especialmente os que fazem uso de luz ultravioleta ou branca, são voltados para insetos em geral”, detalha.

Segundo a professora, os odores dos outros insetos acabam dificultando a captura do Aedes aegypti. “Ao reconhecer estes odores, o Aedes simplesmente evita estes produtos já existentes”, explica. A professora também chama a atenção para outro detalhe importante: “É a fêmea do Aedes que é o vetor das doenças”.

Como funciona?

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Entenda como funciona a armadilha contra o Aedes — Foto: Infografia: Roberta Jaworski/G1

Perto da caixa, os insetos são sugados por uma ventoinha e acabam numa grade eletrificada como a das raquetes mata-mosquitos. “Caso o mosquito sobreviva a essas barreiras, ele ficará preso numa rede de náilon e morrerá de fome”, detalha a professora.

O projeto surgiu da preocupação de Ivo Carlos Correa, professor da faculdade de odontologia da UFRJ. Sua esposa estava grávida no auge do surto de zika, há dois anos, e ele buscou na universidade se havia algum estudo com luzes coloridas – ele usa a tecnologia na fabricação de moldes.

“Por conta do seu baixo custo de produção, ela pode ser fabricada em diversos tamanhos. Até mesmo o seu funcionamento através da conexão a um computador via USB seria algo viável”, diz Correa.

A caixa já foi patenteada. A Agência UFRJ de Inovação está em busca de empresas interessadas em levar a armadilha para mosquito Aedes ao mercado.

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