Secretaria de Meio Ambiente autoriza abate de 40 capivaras de condomínio e gera polêmica em Itatiba

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Aval da Secretaria de Meio Ambiente para abate de 40 capivaras de condomínio gera polêmica em Itatiba — Foto: Reprodução/TV TEM

A Secretaria Estadual de Meio Ambiente autorizou o abate de 40 capivaras que ficam em um condomínio de Itatiba (SP) depois que um morador morreu por febre maculosa. A doença é transmitida pelo carrapato-estrela, que tem este tipo de animal como hospedeira. A decisão virou polêmia na cidade e órgãos de proteção animal recorreram ao Ministério Público.

“Em função deste óbito que ocorreu, em janeiro do ano passado, os órgãos estaduais determinaram que a gente, por ser agora uma área de transmissão de febre maculosa, fizéssemos a eutanásia de todas as capivaras do condomínio”, explica o síndico José Augusto da Silva.

Das cerca de 40 capivaras que devem ser abatidas, 13 já foram mortas.

A aposentada Sueli Fassio é moradora do condomínio há 22 anos e acredita que existam outras maneiras de resolver o problema.

“Quando não tiver mais nenhuma capivara, os carrapatos vão continuar. Aí não vão poder jogar veneno nessa grama, porque vão matar os peixes e os gansos que temos aqui”.

Aposentada Sueli Fassio é moradora do condomínio há 22 anos e é contra o abate das capivaras — Foto: Reprodução/TV TEM
Aposentada Sueli Fassio é moradora do condomínio há 22 anos e é contra o abate das capivaras — Foto: Reprodução/TV TEM

O veterinário Paulo Anselmo Felippe, que estuda manejos de capivaras, disse que a castração e a esterilização são as práticas mais adequadas. Ele explica que a bactéria fica cerca de 15 dias no organismo do animal e, depois disso, ela nunca mais aparece no sangue.

“Porque o sistema imunológico dela se organiza e ela não vai ter mais essa riquetsemia, essa bactéria circulando. Então, ela não infecta novos carrapatos. Sempre que a riquétsia circulou naquela população, você retira os animais e vêm novos, vai acontecer riquetsemia nesses novos, porque eles não tiveram contato anterior com a bactéria”.

Diretora da Secretaria do Meio Ambiente defende a iniciativa de abater as capivaras — Foto: Reprodução/TV TEM
Diretora da Secretaria do Meio Ambiente defende a iniciativa de abater as capivaras — Foto: Reprodução/TV TEM

A diretora da Secretaria do Meio Ambiente – órgão que autorizou a eutanásia dos animais -, Vila Geraldi, disse que é contra o argumento do veterinário.

“Esse é o período de viremia, de amplificação da capivara, depois a capivara fica reagente positiva. Ela fica imune, mas os carrapatos que se alimentaram dela nesse período, eles vão estar lotados da bactéria e vão continuar transferindo, transmitindo pela picada”.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, abates como esse já foram autorizados em condomínios fechados de outras sete cidades. O órgão disse também que levar os animais para outro local não é uma alternativa viável, porque, fazendo isso, só mudaria a área de transmissão da doença.

“O critério é o do risco da saúde pública e esse critério é previsto na constituição federal e estadual. Embora ele seja um animal silvestre, que tem toda a proteção, se ele tem essa condição de risco à saúde pública, nós temos que analisar a situação e ver o que temos que fazer para que esse risco deixe de existir. Não podemos ignorar esse risco”, frisa a diretora da Secretaria do Meio Ambiente.

Aval da Secretaria de Meio Ambiente para abate de 40 capivaras gera polêmica em Itatiba
Aval da Secretaria de Meio Ambiente para abate de 40 capivaras gera polêmica em Itatiba
Das cerca de 40 capivaras que devem ser abatidas, 13 já foram mortas — Foto: Reprodução/TV TEM
Das cerca de 40 capivaras que devem ser abatidas, 13 já foram mortas — Foto: Reprodução/TV TEM

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