Sem inseticida, Prefeitura de Vila Velha pede atenção redobrada para combater Aedes aegypti

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A ausência de um inseticida utilizado no combate ao mosquito Aedes aegypti – responsável pela transmissão de dengue, chikungunya e zika vírus – fez com que a Prefeitura de Vila Velha fizesse um alerta à população do município, para que redobre os cuidados preventivos para eliminação de focos de mosquitos em seus imóveis.

De acordo com a prefeitura, o Ministério da Saúde é o responsável pela compra e distribuição do inseticida Malathion EW 44%. O ministério, por sua vez, alega que o desabastecimento em todo país ocorreu devido a um problema identificado no produto há cerca de dois anos.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde disse que adquiriu, em 2016, cerca de 1,65 milhão de litros do Malathion do laboratório Bayer, por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Ainda segundo o ministério, devido a problemas de empedramento e cristalização no produto, em 2017 a pasta suspendeu a entrega/pagamento de 699 mil litros do adulticida.

Do 1 milhão de litros entregues, o Ministério da Saúde solicitou a reposição de cerca 400 mil litros dos produtos devido aos problemas encontrados. Segundo o ministério, a empresa já recolheu 105 mil litros, que devem ser restituídos em junho deste ano.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a justificativa do contrato à época fazia parte da estratégia de resposta imediata em caso de emergência em saúde pública. Nos anos seguintes, porém, a não ocorrência de epidemias de dengue, zika e chikungunya, que eram previstas para os anos de 2017 e 2018, culminou na baixa procura do produto pelos estados e, consequentemente, baixa distribuição pela pasta.

O Ministério da Saúde destaca ainda que o uso do adulticida é a última estratégia de enfrentamento ao problema da zika, dengue e chikungunya, visto que, nesta fase, o mosquito já atingiu a fase adulta. “A medida mais eficaz é a eliminação de focos de multiplicação do mosquito (água parada), evitando que eles nasçam. Por isso, o envolvimento da sociedade é fundamental”, diz a nota.

Sala de Situação da Dengue

O uso do inseticida Malathion, no entanto, não é a única medida de ação e controle da dengue, segundo a Prefeitura de Vila Velha. Diante disso, a Secretaria Municipal de Saúde de Vila Velha (Semsa) constituiu, nesta semana, uma Sala de Situação da Dengue, reunindo as Vigilâncias em Saúde Ambiental, Epidemiológica e Sanitária, além da Coordenação de Urgência/Emergência, para reforçar ações estratégicas nos bairros. Afinal, são nos imóveis onde se encontram cerca de 80% da incidência de focos dos mosquitos.

Ainda de acordo com a Prefeitura de Vila Velha, a Sala de Situação da Dengue também promove a articulação com outros setores da administração – Educação, Saneamento e Limpeza Urbana – enquanto permanecer a falta do produto que elimina o mosquito Aedes em sua fase adulta. Segundo a PMVV, a intensificação das ações de rotina para diminuir a transmissão de casos inclui a realização de visita casa a casa, resgate de imóveis pendentes, mutirões de limpeza e, principalmente, mobilização da população.

Prevenção domiciliar

Prevenir a ocorrência das doenças tropicais exige uma mudança de comportamento, já que as ações preventivas precisam tornar-se um hábito, em qualquer período do ano.

A primeira orientação é eleger um dia da semana para verificar se há focos de mosquitos no quintal e na residência (80% dos focos estão dentro das casas), tomando os seguintes cuidados:

– Manter caixas d’água bem vedadas;

– Limpar as calhas, retirando folhas e objetos acumulados;

– Manter galões, tonéis, poços e tambores bem vedados;

– Guardar pneus, plásticos ou qualquer outro objeto que possa acumular água em local coberto, protegido contra a entrada de água;

– Guardar garrafas e tampinhas viradas para baixo;

– Manter ralos limpos e vedados;

– Manter as bandejas de ar condicionado limpas e sem água;

– Limpar o recipiente do motor da geladeira;

– Eliminar os pratos dos vasos de planta ou enchê-los com areia;

– Manter o vaso sanitário fechado (especialmente quando viajar);

– Tratar a água da piscina regularmente;

– Antes de viajar, verifique se no quintal ou na residência existem recipientes que possam acumular água e eliminá-los ou colocá-los em área coberta e protegidos contra a entrada de água;

– Quando possível, utilizar repelentes, roupas claras e compridas (camisa de manga e calça comprida), principalmente se for visitar áreas onde é conhecido o elevado número de ocorrência de dengue, zika e chikungunya. 

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