Um ano após pandemia Nova York começa a voltar ao normal, assim como os ratos

Arte Parede em Upper


Da mesma forma que os nova-iorquinos se recuperam após um ano de pandemia, o mesmo ocorre com os ratos que sobreviveram a um choque alimentar inédito.

O número de reclamações de roedores para uma linha direta da cidade em março aumentou 80%, para 2.906 em relação a março de 2020, quando as ligações caíram no início do lockdown na cidade de Nova York, no momento em que os restaurantes foram fechados.

O número também é maior do que os níveis pré-pandêmicos. Um total de 2.395 reclamações foram feitas em março de 2019, de acordo com os dados de 311 solicitações de serviço da cidade de Nova York.

Avistamentos de ratos e camundongos constituíram a maioria das reclamações, embora também houvesse chamadas sobre sinais de roedores e suas picadas e outras condições que atraem essa praga. As maiores reclamações foram no Brooklyn, seguido por Manhattan e Queens. Os dados da cidade contêm reclamações duplicadas, pois várias ligações poderiam ser feitas sobre a mesma situação em um curto período de tempo.

“À medida que as coisas se abrem mais, você terá mais e mais disponibilidade de alimentos”, disse Benjamin Hottel, entomologista da Orkin, uma subsidiária de controle de pragas da Rollins que notou um aumento nas chamadas de serviço de controle de roedores na cidade de Nova York durante a primavera no Hemisfério Norte. “Haverá uma pressão maior para os restaurantes com roedores à medida que seus negócios aumentarem.”

As áreas comerciais da cidade, que estavam em grande parte desertas no auge da pandemia, também estão vendo mais atividade de roedores à medida que as pessoas voltam aos escritórios, disse Andrew Klein, vice-presidente da Terminix Global Holdings, empresa de controle de pragas.

Com a reabertura de mais escritórios nas próximas semanas, os avistamentos de ratos podem aumentar ainda mais, dada a experiência dos londrinos. No Reino Unido, onde a população de ratos aumentou 25% em 2020, as infestações em prédios vazios e fechados atingiram “níveis bíblicos”, apresentando outros riscos à medida que mastigam fios e cabos de internet, de acordo com o site Pest Control.

‘Caos’ para os ratos

Na cidade de Nova York, as mudanças no comportamento humano no ano passado mudaram a vida dos ratos. Com o fechamento de restaurantes e escritórios, as colônias de ratos que dependiam do lixo desses estabelecimentos foram forçadas a encontrar novas fontes de alimento. Isso levou os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) a emitir um aviso em maio sobre “comportamento incomum ou agressivo de roedores”.

“Há um caos acontecendo para os ratos. Eles estão tentando descobrir onde está a fonte de alimento mais fácil, já que certas fontes desapareceram”, disse Hottel.

Adaptando-se às mudanças, os ratos tornaram-se mais ativos durante o dia e se aventuraram em áreas residenciais onde mais alimentos e resíduos eram gerados por pessoas que trabalhavam em casa, disse Jim Fredericks, o entomologista-chefe da National Pest Management Association.

Hottel acredita que, à medida que a cidade volta ao normal, também haverá uma “normalização” da população de ratos rumo ao verão no hemisfério norte. Eles tendem a migrar de volta para as fontes de alimentação de restaurantes e escritórios.

No Twitter, os residentes de Nova York estão postando sobre os primeiros avistamentos de ratos no metrô em mais de um ano, com um comparando seu retorno à “cura” da cidade. Até o Central Park entrou na ação, com um lembrete no Dia Mundial do Rato, no último fim de semana, de que “os ratos fazem parte da vida na cidade grande”.

No mês passado, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou que a cidade aumentará a coleta de lixo. Os serviços de saneamento foram cortados no ano passado devido a restrições financeiras durante a pandemia.

“Os roedores são um problema de qualidade de vida e o Departamento de Saúde de Nova York trabalha com as comunidades para ajudá-las a mitigar os problemas com roedores”, disse um porta-voz do Departamento de Saúde de Nova York, em resposta às crescentes reclamações.

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