Uma mão lava a outra

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Foto: Nathan Dumlao

No último dia 05 de maio, celebramos o dia internacional da higienização das mãos. Claro que sempre falamos aqui que a desinfecção é um processo focado em superfícies inanimadas, então qual é a relação da higienização das mãos com a sanitização e por que escolhemos falar disso aqui?

Já sabemos que as superfícies inanimadas, como maçanetas, corrimão de escadas, puxadores, entre outros, são locais que podem apresentar microrganismos e servir como carreador para que um microrganismo possa ser transmitido entre pessoas. Mas para que essa transmissão ocorra, precisamos entrar em contato com essas superfícies, geralmente através das nossas mãos. Por exemplo, quando estamos com alguma infecção respiratória e espirramos cobrindo o rosto com as mãos, nossas mãos ficam contaminadas com microrganismos que estão nas nossas vias respiratórias.

Se não lavarmos as mãos e tocarmos nessas superfícies, acabamos depositando esses microrganismos nesses locais. Da mesma forma, ao tocar em uma superfície contaminada com as mãos, podemos levar essa contaminação para o nosso rosto ou para algum alimento se não lavarmos as mãos adequadamente.

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Foto: Reprodução Internet

Com isso, é possível perceber que não basta apenas desinfetar as superfícies para nos sentirmos seguros em um determinado ambiente. Precisamos manter nossas mãos higienizadas. Mais do que isso, precisamos manter nossas mãos limpas para preservar as superfícies também. Ou seja, lavar as mãos não deixa de ser uma complementação da desinfecção de superfícies.

Uma das evidências mais famosas da importância da lavagem das mãos aconteceu em 1848 no Hospital Geral de Viena. Era uma época em que não se conheciam os microrganismos, muito menos o seu papel nas doenças infecciosas. Nesses tempos, acreditava-se que as doenças eram transmitidas por miasmas, ou seja, cheiros ruins do ar, como esgoto, vegetação ou cadáveres em decomposição. Com a falta de medidas de higiene, as taxas de morte de mulheres após darem a luz à seus filhos causada por febre puerperal (febre do parto) eram de quase 20%, ou seja, 1 a cada 5 mulheres grávidas morriam após darem a luz à seus bebês. Era comum o hábito dos médicos de estudarem cadáveres nos hospitais e irem direto realizar partos sem higienizar as mãos.

Em 1848, o médico de Viena Ignaz Semmelweis acabou se cortando com um bisturi enquanto estudava um cadáver e logo depois desenvolveu a febre comum em mulheres grávidas. Assim, ele levantou a hipótese de que partículas presentes nesses cadáveres poderiam ser a causa dessas infecções. Com isso, ele orientou os médicos a lavarem as mãos com uma solução de cloro antes de realizar partos no hospital. Curiosamente, a taxa de morte das mães cai de 20% para 1%, mostrando que a higienização das mãos é crucial para minimizar os riscos de contaminação.

Ironicamente, Semmelweis acabou sendo demitido do hospital, pois os médicos na época se consideravam mais limpos que as outras pessoas e não aceitaram muito essa ideia inovadora. Com o tempo e a descoberta dos microrganismos, esse pensamento foi amadurecendo e a importância da lavagem das mãos foi ganhando notoriedade.

Mas será que você sabe como lavar as mãos corretamente? O blog da saúde, site relacionado ao Ministério da Saúde, traz algumas orientações de como higienizar adequadamente as mãos:

Manual do Ministério da Saúde para higiene das mãos
Manual do Ministério da Saúde para higiene das mãos

Manual do Ministério da Saúde para higiene das mãos – http://www.blog.saude.gov.br/50941-manual-orienta-profissionais-de-saude-para-a-higiene-das-maos.html

Vale ressaltar que essas práticas se aplicam a qualquer atividade e ambiente, e não apenas para médicos e cirurgiões em hospitais. Nas indústrias, essas práticas costumam ser bem elaboradas e fazem parte dos manuais de Boas Práticas de Fabricação. Além disso, em estabelecimentos no comércio, como restaurantes, a higienização correta das mãos é essencial e pode ser um fator a ser observado pela vigilância sanitária local. Até mesmo nas nossas casas é importante que tenhamos o hábito de lavar frequentemente as mãos.

Dessa forma, percebemos que a higienização das mãos e a desinfecção de ambientes andam de mãos dadas. Um ambiente sanitizado, mas frequentado por pessoas que não mantém hábitos de higiene adequados, continua em risco de transmissão de doenças. Ou seja, a falta de higiene pode sim atrapalhar os processos de sanitização.

Por isso, é importante que o serviço de sanitização de ambientes não seja apenas uma simples aplicação de sanitizantes no local, mas sim que seja uma análise mais ampla do estabelecimento, acompanhado de orientações (como a higienização frequente das mãos) que possam potencializar a eficácia da desinfecção de superfícies.

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