Quatro condomínios são multados em Florianópolis em ação de combate ao escorpião-amarelo

7 min. leitura
pmf escorpiao 450x800 1 - Pragas e Eventos

Quatro condomínios localizados na Praia Brava, no Norte da Ilha de Santa Catarina, foram multados em R$ 2.500 pela Prefeitura de Florianópolis durante uma ação de fiscalização para conter o avanço do escorpião-amarelo no bairro.

As buscas ativas foram realizadas por meio do CCZ(Centro de Controle de Zoonoses), na última semana. Os agentes estiveram nos locais para autuar os empreendimentos que precisavam de adequação estrutural.

escorpiao pmf 800x761 1 - Pragas e Eventos
Prefeitura de Florianópolis multou quatro condomínios na Praia Brava em ação de combate à proliferação do escorpião-amarelo – Foto: Divulgação/PMF

A fiscalização é feita em lugares com relatos de encontro do animal peçonhento na Capital, informou a Prefeitura.

O escorpião-amarelo faz parte do gênero Tityus sp, e as equipes técnicas do CCZ analisam residências, depósitos, caixas de passagem, caixas de gordura ou outros locais que possam servir de abrigo à espécie.

Na ação, os responsáveis pelos condomínios foram orientados a ajustarem o espaço para evitar a proliferação desses animais.

Os quatro condomínios multados já haviam sido avisados em outras oportunidades, “porém continuaram não respeitando as orientações do Centro de Controle de Zoonoses para evitar a proliferação dos escorpiões e, por isso, foi necessária a intervenção da fiscalização da Vigilância Ambiental”, alegou a Prefeitura de Florianópolis.

“A administração municipal reforça que a população deve manter cuidados para evitar a proliferação do escorpião-amarelo pela cidade. Evitar depósitos de materiais ou equipamentos, ou limpá-los frequentemente são algumas formas de prevenção”, conclui a nota da Secretaria Municipal de Saúde.

Florianópolis tem nove bairros com registros de escorpião-amarelo

Até esta quinta-feira (30), Florianópolis registrou casos de aparição do animal peçonhento em nove bairros. A maior parte deles situados no Norte da Ilha.

Em maio, inclusive, houve um notável registro do encontro de 14 escorpiões-amarelos dentro de uma caixa de esgoto, na Praia Brava.

Confira a lista dos bairros com escorpião-amarelo em Florianópolis:

  • Cachoeira do Bom Jesus
  • Canasvieiras
  • Córrego Grande
  • Ingleses
  • Joaquina
  • Ponta das Canas
  • Praia Brava
  • Tapera
  • Vargem Grande

Alerta após morte de criança por animal peçonhento em SC

Recentemente, a notícia da morte de uma criança por picada de animal peçonhento no município de Salete, no Alto Vale do Itajaí, acendeu o alerta no Estado.

De janeiro a agosto de 2021, o Estado recebeu mais de 3,5 mil notificações de acidentes com animais venenosos, segundo dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) da Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina).

Brayan Gabriel Duarte dos Santos, de 2 anos, morreu no dia 12 de setembro. Não há confirmação de qual bicho peçonhento o picou.

Cidades com mais ocorrências

Em 2020, Santa Catarina registrou 6.632 acidentes envolvendo animais venenosos, sendo que 4.404 foram com aranhas. Duas mortes foram notificadas e causadas por picadas de abelhas na Foz do Rio Itajaí.

Naquele ano, a região com o maior número de ocorrências foi o Planalto Norte (925), seguida por Extremo-Oeste (745), Alto Vale do Rio do Peixe (732) e Oeste (635). Em contrapartida, o menor dado se encontra na região do Extremo Sul catarinense, que obteve 110 notificações.

Já em 2021, as cinco cidades catarinenses com o maior número de ocorrências envolvendo animais peçonhentos são: Caçador (116); Curitibanos (138); Florianópolis (101); Chapecó (100) e São Miguel do Oeste (90).

Riscos e orientações

As picadas são quase sempre acidentais e ocorrem quando os escorpiões são tocados ou se sentem ameaçados. O escorpião-amarelo pode medir até 7 centímetros de comprimento, e entre as espécies que vivem em Florianópolis, tem o veneno de maior gravidade.

picada provoca dor discreta ou intensa, podendo também causar vômitos, náuseas, alterações da pressão sanguínea, agitação e falta de ar. Crianças e idosos estão mais vulneráveis. O CCZ orienta a adoção das seguintes medidas:

  1. Manter limpos quintais e jardins, não permitindo o acúmulo de folhas secas e lixo domiciliar. A desinsetização dos ambientes é medida essencial para que haja diminuição do acesso ao alimento, em especial eliminação das baratas, sendo que esse controle de insetos deve ocorrer periodicamente, com aplicações em intervalos de, no mínimo, seis meses.
  2. Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, adequando superfícies sem revestimento, eliminando frestas, vãos, rebaixo de calçadas, entre outros.
  3. Movimentar periodicamente depósitos de materiais de construção, entulho e lenha armazenados, evitando o seu acúmulo exagerado e/ou desnecessário. Todos os depósitos devem ser mantidos elevados do chão.
  4. Evitar queimadas em terrenos, pois desaloja os escorpiões fazendo com que eles procurem abrigo dentro das residências.
  5. Telar por dentro portas com veneziana em depósitos, leitores de medição de água e gás e similares, bem como vedá-las rente ao chão com rodos de borracha ou rolos de areia.
  6. Substituir pedras dos canteiros por vegetação. Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes e muros.
  7. Manter fossas e caixas de gordura e caixas de passagem bem vedadas para evitar a passagem de baratas e escorpiões.
  8. Vedar soleiras e portas com rolos de areia ou rodos de borracha. Vedar frestas em janelas.
  9. Manter pontos de energia, telefone e televisão a cabo devidamente vedados. Vedar conduítes nas caixas de passagem.
  10. Telar aberturas de ralos, pias e tanques, bem como aberturas de ventilação.
  11. Observar e sacudir sapatos antes de calçá-los, observar roupas, roupas de cama e toalhas antes da sua utilização. Manter camas e sofás afastados das paredes.
  12. Sempre que houver a retirada de depósitos de materiais de construção ou entulhos e limpeza de locais de pouco trânsito de pessoas, os trabalhadores devem ser orientados quanto ao uso de equipamento de proteção individual – luvas de raspa de couro ou de vaqueta e sapatos fechados.

Infestações e picadas

Em caso de picada, lavar a área somente com água e sabão e procurar auxílio médico imediato informando a espécie causadora do acidente, registrando foto ou levando o exemplar.

Em caso de infestações ou de encontro, a população deve ser orientada a entrar em contato o Centro de Controle de Zoonoses para identificação da espécie e para a tomada das medidas necessárias.

Compartilhar
Leave a comment